quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Divisões Entre Aqueles que Professam a Verdade de Como os Cristãos Deveriam se Reunir


Poderíamos perguntar: “E quanto àqueles que estiveram no centro divino de reunião, mas se dividiram formando outra comunhão de reuniões? Eles ainda se reúnem como nós, no que se refere ao funcionamento. Então eles estão reunidos ao nome do Senhor e têm a presença d’Ele em seu meio no sentido coletivo de que temos falado?”
A resposta curta é não. Aqueles que saem do centro de reunião em uma divisão não poderiam mais estar reunidos ao nome do Senhor. Mesmo que exteriormente eles pareçam iguais àqueles que estão no centro (na maneira como se reúnem), isso em si não é suficiente para ter a sanção do Senhor. É possível reunir-se de acordo com o padrão bíblico para os Cristãos, mas fazê-lo por vontade própria. Tal divisão entre o povo de Deus não tem a aprovação do Senhor da mesma forma que uma igreja denominacional não tem. Na realidade, os que saem do centro divino de reunião e organizam uma divisão são mais responsáveis por suas ações do que aqueles que estão nas denominações, pois tiveram consideravelmente mais luz. Os homens podem criar mais de uma expressão da verdade do um só corpo, estabelecendo uma mesa cismática, mas o Espírito de Deus não os levaria a fazer isso. Cristo não possui um só corpo de fato, e muitos corpos em testemunho. O apóstolo Paulo perguntou, “Está o Cristo dividido?” (1 Co 1:13 – JND) “O Cristo” é um termo usado nas epístolas de Paulo que indica a união mística de Cristo e os membros de Seu corpo. Paulo estava indicando aos coríntios que essa união não pode ser dividida na realidade e não deveria ser em testemunho, que é o que estava acontecendo em Corinto.
Portanto, à luz do que a Escritura ensina, não cremos que o Espírito de Deus iria congregar os Cristãos em várias federações de reuniões sem que esses grupos estivessem em comunhão prática uns com os outros, ainda que exteriormente eles parecessem iguais. Se Ele fizesse isso, seria uma contradição da própria verdade na qual Ele está buscando levar os Cristãos a andarem. W. Potter disse, “O Espírito de Deus não reúne em grupos independentes; se Ele reúne você e a mim, então estamos em comunhão um com o outro.”
Nas Reuniões Gerais de Ottawa (em Abril de 1987), foi dada a seguinte ilustração. “Se voltássemos ao início – ao dia de Pentecostes – quando o Espírito de Deus desceu e uniu as 120 pessoas em um só corpo, e todas elas estavam reunidas ao nome do Senhor Jesus Cristo; suponha que Pedro tivesse tido um desentendimento com João, e decidissem estabelecer comunhões separadas. Então haveria uma companhia que seguiria Pedro e uma companhia que seguiria João. Será que poderíamos dizer que o Espírito iria conduzir alguns a irem para uma delas, e alguns a irem para a outra? Ou que o Senhor estaria igualmente aprovando a ambas? Não cremos que o Senhor iria sancionar ambas as comunhões com Sua presença no meio delas, pois ao fazê-lo, Ele estaria consentindo na divisão prática da Igreja. Se Ele sancionasse, Ele seria o Autor da confusão.” J. N. Darby disse que “se existir uma tal [assembleia local], e outra for estabelecida pela vontade do homem de forma independente, somente a primeira é moralmente, aos olhos de Deus, a assembleia de Deus, e a outra absolutamente não é, porque ela está estabelecida em independência da unidade do corpo.”
Muitos grupos Cristãos professarão estar reunidos ao nome do Senhor. Alguns até mesmo colocarão um sinal na frente de seu local de reunião proclamando que eles são os santos que o Senhor reuniu. Mas isso significa que eles são? O Sr. Potter disse: “As pessoas dizem, ‘Estamos reunidos ao nome do Senhor.’ Vamos ver se vocês estão. Como vocês se tornaram reunidos ao nome do Senhor?” Se você colocar à prova os grupos cismáticos entre os chamados “irmãos”, você vai descobrir que existe uma razão pela qual eles estão onde estão. O Sr. Potter disse, “se houver dezenas de reuniões em uma cidade, devemos voltar à origem da reunião.” Ele disse, “Qual é a origem de tal e tal reunião? Por que estão se reunindo separadas das outras? Sua posição tem fundamento na Escritura?”
Notamos que cada grupo divergente que abandona os santos reunidos em uma divisão descarta a verdade de que existe um centro divino de reunião; são obrigados a fazer isso para poderem justificar sua posição divergente. Como exemplo, quando perguntaram a Samuel Ridout (que saiu em uma divisão) por que os irmãos com quem ele estava apoiaram Grant nessa divisão, ele disse, “Em 1884 muitos de nós, antes da divisão, tinham o pensamento comum de que NÓS tínhamos a mesa exclusivamente e não devíamos permitir que ela passasse em branco nem um dia sequer. Achamos que isso tinha algo a ver com a pressa de partir o pão, sem interrupção, em Craig Street, Montreal. Alguns meses depois, ele escreveu outra carta sobre o que ele acreditava constituir e caracterizar a mesa do Senhor, dizendo que “nenhuma companhia pode reivindicar a posse exclusiva dela”. Aqui, o Sr. Ridout admite que eles costumavam professar a verdade de uma única mesa do Senhor, mas depois a abandonaram. Observe também que o Sr. Ridout disse “o pensamento comum...”. Ele admite abertamente que a verdade de um único centro de reunião era comumente professada entre os irmãos. Ele erroneamente pensa que os irmãos em geral (inclusive ele mesmo) estavam errados na sua crença em uma única mesa do Senhor e somente após ele e seu partido saírem em divisão é que aprenderam a verdade!
E, novamente, uma citação de uma publicação de Grant (“The Gleaner”) em 1914 diz, “Mas talvez o maior item na coluna de crédito de nossa contabilidade – se é que alguém está autorizado a comparar, quando tudo é tão precioso e vital – seja a verdade de que nenhuma companhia de Cristãos, nem mesmo nós, pode reivindicar o monopólio da mesa do Senhor, ou de se reunir no nome do Senhor. Se essa verdade tivesse sido conhecida trinta anos atrás, talvez a divisão pudesse ter sido evitada.” Aqui, novamente, temos o reconhecimento de que indivíduos antes professavam a verdade do único centro de reunião, mas a abandonaram. Depois de a abandonarem, eles passam a chamar de “grande” verdade o erro que adotaram.
Napoleon Noel (depois de sair em divisão) afirma em seu livro (“A História dos Irmãos”, vol. 2, pág. 658) que “nenhuma companhia de Cristãos pode ter a posse exclusiva da mesa do Senhor, da mesma forma que não pode reivindicar a posse exclusiva do Próprio Senhor. Tal alegação seria puro fanatismo.” Muitas citações como essa poderiam ser acrescentadas aqui, mas seria redundante.
Para citar um caso, deixe-nos perguntar, “Você consegue encontrar alguém entre aqueles que saíram na divisão de Perth (1992) que professe que existe um único centro divino de reunião na Terra e que a mesa do Senhor só poderia estar nesse único lugar?” Com exceção da comunhão de Raven, que possui doutrinas blasfemas, eu não acho que haja uma divisão entre os irmãos que sustente que existe um centro divino de reunião. Tudo se resume a este simples fato: não pode haver duas (ou mais) mesas do Senhor. Não pode haver duas (ou mais) comunhões de Cristãos na Terra com as quais o Senhor Se identifique como estando no divino terreno de reunião, mesmo que exteriormente elas se reúnam de maneira similar. Caso Ele Se identificasse, Ele estaria consentindo na divisão do testemunho público da Igreja.
Para aqueles que foram reunidos ao Seu nome, existe sempre o perigo de serem desviados desse terreno pelo inimigo; e quando isso acontece, os que saem são geralmente os mais ferozes adversários da verdade do único lugar de reunião. Antes de sua morte, J. N. Darby detectou uma degradação geral na manutenção da verdade do único centro de reunião entre os irmãos e disse: “A maior parte do conflito coletivo está na deliberada incompreensão da verdade de Cristo como o único centro de reunião. Não existe adversário mais feroz dessa verdade do que aquele que a conhece, mas não anda nela.”

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