quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Deus Tem Um Terreno no Qual Ele Reúne os Cristãos


Em segundo lugar, as Escrituras nos dizem que Deus tem um LUGAR – um terreno eclesiástico – na Terra “onde” Ele gostaria de ter os Cristãos reunidos para expressar a verdade de que há um só corpo. Este centro de reunião é o próprio Cristo. O mesmo versículo que citei (Mateus 18:20) diz, “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em [para o] Meu nome, aí, estou Eu no meio deles”. Como mencionado, este lugar de reunião no Cristianismo não é um centro geográfico literal, mas um terreno espiritual envolvendo princípios bíblicos relacionados com a forma como os Cristãos devem reunir-se para adoração e ministério. Aqueles que estão nesse terreno não estão reunidos em torno de princípios, mas de uma Pessoa – o Senhor Jesus Cristo.
Este centro de reunião é um lugar de escolha do Senhor, onde Ele colocou o Seu nome e onde Ele reúne os crentes. Observe que o versículo diz onde, e não “onde quer que”, como alguns Cristãos gostariam de interpretar. Muitos pensam que o versículo está simplesmente dizendo que sempre e onde quer que um grupo de Cristãos se reúna (seja para uma xícara de café em uma cafeteria local, ou para algum propósito recreativo, etc.), eles têm a presença coletiva do Senhor com eles. Agora, é verdade que, quando os Cristãos se reúnem para qualquer propósito que tenham em mente, a presença do Senhor está com eles individualmente, pois Ele disse, “E eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28:20). E, “Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13:5). Mas não é disso que o versículo em Mateus 18:20 está falando. Existe uma diferença na Escritura entre a presença do Senhor com Seu povo individualmente e a presença do Senhor com um grupo de crentes coletivamente como uma assembleia reunida para adoração, ministério e para ações administrativas de ligar e desligar. É a este último aspecto coletivo que Mateus 18 está se referindo.
Contexto é tudo na interpretação Bíblica. Se olharmos o capítulo (Mateus 18), veremos que, nos versículos que antecedem o versículo 20, o Senhor estava falando da assembleia em sua capacidade administrativa para ações de ligar e desligar. O capítulo tem a ver com a autoridade que a assembleia local tem para tais ações, já que o Próprio Senhor está no meio. O Senhor está ali no meio, sancionando a própria existência daqueles reunidos pelo Espírito para o Seu nome, como também suas ações administrativas. Dito isto, apresso-me a dizer que a presença do Senhor no meio daqueles que Ele reuniu não sanciona o estado deles (pois ele pode ser extremamente baixo), mas sim o terreno em que se reúnem. O “onde quer que” constitui um lugar de nossa escolha; onde, que é o que a Escritura diz, constitui um lugar de Sua escolha. É por isso que costuma ser chamado de “o lugar de Sua designação”.
Lucas 22:7-10 estabelece o mesmo ponto: existe um lugar na Terra (um terreno espiritual) onde Deus gostaria que os crentes congregassem. O Senhor Jesus estava prestes a instituir a ceia do Senhor – o partimento do pão (Lc 22:19-20; 1 Co 10:16-17, 11:23-26) – e desejava que Seus discípulos fizessem isso no lugar escolhido por Ele. As coisas em Israel naquela época estavam em desordem e havia muita corrupção, que ia desde os principais sacerdotes e anciãos até o cidadão comum. Como consequência, o Senhor não foi reconhecido como seu Messias. Na verdade, eles estavam se preparando para matá-Lo! (Lucas 22:2) O povo continuou com a celebração da Páscoa, mas estava rejeitando aqu’Ele que era o cumprimento da Páscoa. Logo, havia muitas casas em Jerusalém naquela noite em que a festa era celebrada, porém havia apenas um aposento onde o Senhor estava presente – o lugar que Ele tinha designado para Seus discípulos. Do mesmo modo, a Cristandade está em desordem e, como consequência, existem muitos lugares onde os Cristãos se reúnem hoje, mas o Senhor não está lá num sentido coletivo para sancionar aquele terreno no qual eles congregam.
Hebreus 13:13 nos diz que esse lugar designado pelo Senhor – onde Ele está no meio – é “fora do arraial”. O “arraial” é uma palavra que o Espírito de Deus usa para indicar o judaísmo e todos os princípios e práticas judaicas. Os Cristãos em geral não entenderam esse ponto e levaram ao seu lugar de adoração muitas coisas relacionadas com a adoração judaica. Eles ignoraram o claro ensino da Escritura que diz que o tabernáculo é uma figura do verdadeiro santuário ao qual agora temos acesso pelo Espírito (Hb 9:8-9, 23-24). Em vez disso, eles usaram-no como um padrão para as suas organizações eclesiásticas. Eles ergueram grandes templos e catedrais feitos por mãos de homens (At 17:24-25), adotando muitas coisas do Velho Testamento em sentido literal como um padrão para a sua adoração. Em grande medida, eles não entenderam o fato de que o verdadeiro terreno Cristão de reunião e de adoração é um caminho inteiramente novo de se aproximar de Deus em espírito e em verdade (Jo 4:23-24; Hb 10:19-20). Tal terreno está totalmente fora dos princípios e práticas judaicas. Quem procura esse lugar designado pelo Senhor teria que olhar fora de todos esses lugares na Cristandade (seja a Basílica de São Pedro em Roma, ou a menor capela evangélica), pois todos esses lugares têm, em graus variados, os aparatos do judaísmo entrelaçadas na estrutura de seus cultos de adoração.
1 Coríntios 10:21 nos diz que existe algo que é a mesa do Senhor. Não é uma mesa literal que os irmãos têm nos locais de reunião sobre a qual eles colocam os emblemas para a ceia do Senhor. Ao contrário, trata-se de um termo simbólico que indica esse terreno no qual o Espírito de Deus reúne os crentes ao nome do Senhor Jesus. É onde a unidade do corpo é exibida, e onde Cristo está no meio. Uma “mesa” na Escritura simboliza comunhão. No caso da mesa do Senhor, simboliza o verdadeiro terreno de comunhão que Deus tem para todos os Cristãos, onde a autoridade do Senhor é reconhecida e onde existe submissão a ela. É por isso que se chama mesa do Senhor”.
Existe uma figura dessa verdade do centro divino de reunião em Deuteronômio 12, à qual eu fiz alusão anteriormente. O Senhor tinha um lugar no qual Ele reuniu Seu povo, Israel. “Haverá um lugar que escolherá o Senhor vosso Deus para ali fazer habitar o Seu nome” (v. 11). Os filhos de Israel deviam trazer seus holocaustos e sacrifícios àquele lugar (Dt 12:5-6), celebrar suas festas anuais lá (Dt 16:2, 6, 11, 15-16) e ter seus problemas resolvidos pelos sacerdotes, levitas e juízes que estavam lá (Dt 17:8). É significativo, no entanto, que em todas as muitas referências de Deuteronômio ao lugar de escolha do Senhor, não nos é dito onde fica esse lugar. À medida que a história de Israel se desenrola nas páginas da Palavra de Deus, aprendemos que era o lugar Jerusalém (Sl 78:68; 1 Rs 11:13, 32, 36, 12:20, 14:21, 15:4, etc.). Ele não é mencionado em Deuteronômio porque o Senhor queria que Seu povo fosse exercitado em procurá-lo quando eles entrassem na terra. Do mesmo modo, no Cristianismo, nenhuma das passagens que vimos no Novo Testamento nos diz onde é esse lugar – este é um exercício para cada Cristão. Isso é ilustrado em Pedro e João perguntando ao Senhor, “Onde queres que a preparemos? (Lc 22:9).

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