PERGUNTA: Por que os irmãos em 1800 recebiam
todos os Cristãos para o partimento do pão, mas os irmãos de hoje não? Parece que eles se desviaram da verdade e se tornaram sectários.
RESPOSTA: Eu acho importante entender um pouco da história dos “Irmãos”.
A recuperação da verdade nos anos 1800 não aconteceu em questão de dias ou
meses; levou um período de vários anos. Os primeiros irmãos que se reuniam
simplesmente para partir o pão não tinham considerado a necessidade de recepção
e, por isso, não possuíam princípios reais de recepção. Foi só depois do
problema de Betesda (a divisão dos Irmãos Abertos em 1845-48) que se descobriu
que era necessário cuidado no que diz respeito a receber pessoas à comunhão, especialmente
as que vinham desse grupo divergente. Portanto, indicar a prática dos irmãos daqueles
primeiros dias como sendo um modelo para a função de assembleia hoje é enganoso.
Para alguns, congregar no terreno do “um só
corpo” (Ef 4:3), como professamos fazer, significa que
recebemos à comunhão todos os membros do corpo de Cristo. Para eles, recusar
comunhão com qualquer crente verdadeiro é negar o terreno que assumimos. Em um
mundo perfeito, poderíamos receber todos os verdadeiros crentes, mas, como
mencionado anteriormente, estamos nos dias finais do testemunho da Igreja na
Terra, e é grande a ruína. Muitos crentes estão andando em erro doutrinário
e/ou em mal moral, e a Escritura nos diz que essas pessoas não devem ser
recebidas. Obedecer à Escritura, não recebendo tais pessoas, não é uma negação
da verdade do um só corpo.
O pensamento preeminente no “um só corpo”
é a unidade. Efésios 4:3-4 diz: “Procurando guardar a
unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo”.
Guardar a unidade do corpo é obra e responsabilidade de Deus, mas guardar a unidade
do Espírito é nossa responsabilidade. O Senhor gostaria que expressássemos a
unidade que existe no corpo na maneira como nos reunimos para adoração e
ministério com outros Cristãos. Fazemos isso no partimento do pão (participando
do único pão) e em questões de comunhão e disciplina entre assembleias.
Resumindo, onde quer que as pessoas estejam na Terra congregadas nesse terreno,
elas atuam juntas administrativamente e em assuntos relacionados com todos os
aspectos da comunhão. Portanto, quando dizemos que nos reunimos “no terreno”
do um só corpo, queremos dizer que procuramos expressar na prática essa unidade
que existe. Isso não significa que recebemos automaticamente todos os crentes,
independentemente de como eles estejam andando. Reunir-se no terreno
do um só corpo não é igual a se reunir com todos os membros do um só
corpo. Talvez fique mais claro dizer que nos reunimos sob o princípio
da unidade do corpo.
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